Por Maristone Gomes
Highlights | 4ª semana abril
O que aconteceu de mais importante em tecnologia, inovação, investimento e pesquisa em saúde.
R$ 500 milhões investidos em Startups de Plano de Saúde Digital
Mais uma vez, vamos começar o resumo da semana com um número impressionante: R$ 500 milhões. Esse foi o valor somado de aportes de diferentes fontes que startups brasileiras de planos de saúde receberam recentemente. Os investimentos foram feitos na Alice, Leve, Sami e Qsaúde, todas fundadas durante a pandemia. O mercado de planos de saúde ainda não é muito explorado por healthtechs e é considerado um universo difícil por conta de regulações vigentes, riscos e necessidade de know how no setor. Com essa injeção de capital, estamos vendo uma mudança no horizonte? Mais informações.
Investimentos
Recorde de investimento em Inteligência Artificial e telemedicina
Se você vem acompanhando os highlights da semana com regularidade, essa notícia talvez não seja uma surpresa. Sempre comentamos por aqui como Inteligência Artificial (IA) e telemedicina estão em alta. Um levantamento da CB Insights mostra que os investimentos em assistência médica remota atingiram um recorde histórico, chegando à marca de US$ 4,2 bilhões no primeiro trimestre do ano. Esse número é quase o dobro do alcançado no mesmo período de 2020, quando os aportes foram de US$ 2,2 bilhões. As empresas de IA para a saúde também bateram recorde, com US$ 2,5 bilhões levantados no primeiro trimestre de 2021. O aumento, nesse caso, foi ainda maior, pois representa um crescimento de 140% em comparação com o ano passado. Mais informações.
Inteligência artificial para a Saúde e a Microsoft
A Microsoft anunciou nesta segunda-feira (12) que comprará a Nuance Communications, empresa de Inteligência Artificial (IA) e tecnologia de voz focada na área de saúde. A operação deve girar em torno de US$ 19,7 bilhões (US$ 56 por ação), incluindo a dívida líquida da companhia adquirida. O acordo representa a segunda maior operação do gênero feita pela Microsoft, atrás apenas da compra do LinkedIn por US $ 26,2 bilhões em 2016. Leia mais informações.
Equipamentos em casa
A Tomorrow Health tem um foco parecido com o nosso na Salvus: prover inteligência para o tratamento de saúde em domicílio ou monitorado a distancia. A Tomorrow criou uma plataforma para ajudar pacientes e familiares a administrarem os equipamentos necessários para o home care. Esta semana, a empresa recebeu um investimento de US$ 25 milhões em uma rodada liderada pela Andreessen Horowitz. Julie Yoo, que faz parte da sociedade da empresa de capitais, passará a integrar também o conselho da Tomorrow Health. Mais informações.
1 bilhão de transações
A fintech brasileira Hash anunciou o recebimento de um aporte de R$ 90 milhões do fundo QED Investors. A empresa desenvolve soluções financeiras para negócios B2B e pretende usar o investimento para criar novos produtos, escalar a estrutura e expandir a operação. A meta é processar R$ 1,5 bilhão em transações este ano. Mais informações.
Afya segue comprando
A plataforma educacional Afya comprou o site Cliquefarma por R$19 milhões A página disponibiliza os preços de diversos medicamentos em diferentes estabelecimentos para que o consumidor possa comparar e encontrar a melhor opção. Atualmente, o Cliquefarma tem mais de 5 mil farmácias cadastradas e recebe 1,7 milhão de visitas por mês. Essa é a sexta aquisição da Afya no setor de saúde digital. Entre as outras compras estão a da PEBMED, uma plataforma para ajudar nas tomadas de decisões médicas, e a da Medicinae, fintech voltada para instituições de saúde. Mais detalhes.
Previsão de investimentos
Um estudo da consultoria International Data Corporation, mostrou que o investimento em tecnologias na saúde deve chegar aos R$ 10 bilhões até 2022, em países da América Latina. Esse cenário já está se formando. Outra pesquisa, conduzida pela Liga Ventures, indicou que mais de 470 startups brasileiras oferecem soluções na área de saúde em mais de 30 categorias diferentes. Mais informações.
Zoom investe em startups
A plataforma de conversas por vídeos Zoom lançou um fundo para destinar US$ 100 milhões para investir em startups que usem a tecnologia da empresa. Os aportes serão em soluções que se integrem ao Zoom como iniciativas que acrescentem novos recursos às reuniões remotas. Cada startup selecionada irá receber entre US$ 250 mil e US$ 2,5 milhões. Entre os focos do investimento da Zoom estão empresas de telemedicina. Mais informações.
Tecnologia e Inovação
Startups + computação quântica
Ao que parece, a computação quântica está saindo dos laboratórios e ganhando espaço comercial. Grandes nomes já estão trabalhando com a tecnologia como IBM, Microsoft e Google mas a aposta na popularização está mesmo nas mãos das startups. Um exemplo dos EUA, a aceleradora Duality está alavancando ideias vindas de estudantes de doutorado em universidades parceiras e de pesquisas dos laboratórios nacionais de Argonne e Fermi. Baseada em Chicago, a iniciativa vai investir US$ 20 milhões na próxima década para ajudar até dez startups quânticas por ano. Mais informações.
IA para entender muitos dados
Vamos falar da Janssen, mas o tema não é vacina. A farmacêutica, uma divisão da Johnson & Johnson, fechou parceria com a empresa de medicina digital PhysIQ para ter acesso à tecnologia de inteligência artificial. A ideia é usar IA para processar dados coletados por dispositivos vestíveis. Essa não é a primeira vez que as duas unem forças. Em 2018, as empresas trabalharam na coleta e interpretação de informações de pacientes com câncer, que usavam um “smartwatch” específico para esse estudo. Mais informações.
Hospital digital
Foi inaugurado na Bolívia o que está sendo chamado de “Hospital Digital”. O centro médico Martin Dockweiler tem 42 mil metros quadrados e utiliza tecnologias como realidade aumentada, inteligência artificial e telemedicina. O diferencial da proposta é que o espaço pretende ser acessível à população mais pobre, por isso, oferece opções de seguros de saúde mais baratas e deve realizar uma cirurgia gratuita por dia. O hospital acaba de abrir as portas mas já há planos para novas unidades, Segundo o fundador, Martin Dockweiller, a ideia é construir uma estrutura semelhante em cada uma das nove regiões da Bolívia. Mais detalhes.
Muitas novidades da Apple
No começo da semana, a Apple anunciou vários novos produtos, entre eles, uma linha inédita de computadores. A grande novidade é o chip M11 que, segundo a companhia, aumenta a capacidade de processamento em até 50% e estará presente nos novos modelos do iMacs e do iPad Pro. Os computadores contaram ainda com câmera frontal e microfone de melhor qualidade, e estarão disponíveis em diferentes cores semelhantes àqueles lançados pela marca nos anos 90. Mais informações.
Quem vai comprar a rede da moda?
Crescendo cada vez mais, a Discord esnobou a Microsoft, que pretendia comprar a rede. Agora, a especulação é que a empresa deva se manter independente abrindo capital na bolsa. Segundo apurou o The Wall Street Journal, a Discord está sendo avaliada, informalmente, em US$ 10 bilhões. Pensando inicialmente para gamers, a rede que permite conversas por voz, ficou muito popular no ano passado por conta da necessidade de isolamento social. Em seis meses, o valor da empresa dobrou! Mais informações.
Quem quer investir no PicPay?
Outra ferramenta da moda em busca de investidores é o PicPay. A plataforma brasileira de pagamentos registrou um crescimento de 30%, chegou aos 50 milhões de usuários e entrou com pedido de IPO na Nasdaq, dos Estados Unidos. Os bancos BTG Pactual, Bradesco BBI, Santander e Barclays vão coordenar a entrada do PicPay na bolsa. O valor dos papéis ainda não foi divulgado. Mais informações.
Pesquisa em Saúde
Outra vacina brasileira
Depois da ButanVac, em desenvolvimento pelo Instituto Butantan, o Brasil tem mais uma opção de vacina contra a Covid-19. A Universidade de Minas Gerais iniciou o recrutamento de voluntários para testes do imunizante. Quarenta mil pessoas receberam a dose e serão monitoradas. A Universidade disse que pretende realizar os testes até o fim deste ano para que a vacina esteja pronta no início de 2022. Uma terceira opção brasileira está sendo estudada pela Universidade de Ribeirão Preto. Mais informações.
Mais vacina chegando
O cenário das vacinas contra a Covid-19 pode estar ganhando mais um nome no Brasil. A Sichuan Cover Biopharmaceuticals recebeu autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para realizar testes clínicos de mais uma opção de imunizante. O estudo será conduzido com 12 mil voluntários no Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Além das vacinas que já estão sendo aplicadas (AstraZeneca e CoronaVac), a Anvisa também já havia dado OK para testes dos imunizantes da Pfizer, da Janssen, e da empresa canadense Medicago. Mais informações.
Mais um tratamento disponível
Um segundo tratamento para a Covid foi aprovado no Brasil. O coquetel com dois anticorpos é eficaz para evitar complicações da doença em pacientes de risco e deve ser administrado alguns dias depois do diagnóstico. A opção não estará disponível para o público em geral e deve ser ministrado apenas por profissionais de saúde capazes de avaliar o quadro do doente e as doses corretas. O tratamento já havia sido aprovado nos Estados Unidos em novembro do ano passado e na União Europeia em fevereiro deste ano. Por aqui, o lado negativo dessa boa notícia é o preço do coquetel, estimado em até R$ 15 mil. Mais informações.
A polêmica dos coágulos
Como comentamos na semana passada, a vacinação com produtos da Johnson & Johnson foram suspensas temporariamente nos Estados Unidos. A pausa foi necessária para estudar os casos de mulheres que foram vacinadas e apresentaram coágulos potencialmente perigosos. Esta semana, a fabricante se defendeu afirmando que o problema também aconteceu em pessoas que tomaram vacinas de outras empresas. A preocupação é que esse tipo de declaração assustem o público e algumas pessoas fiquem com medo de se vacinar. A Agência Europeia de Medicamentos concluiu que a possibilidade de formação de coágulos é um “efeito colateral muito raro” e que os benefícios da vacina superam eventuais riscos secundários. Mais informações.
Unidos pelos pacientes
Preocupados com a escassez de materiais para intubar pacientes, instituições filantrópicas de saúde se uniram para encomendar uma importação coletiva. O chamado “kit intubação” contém itens como medicamentos e sedativos. A primeira compra nesse formato foi feita pela Confederação das Santas Casas e Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB). Com a importação, o grupo conseguiu assegurar, pelo menos, 30 dias de estoques para 94 instituições. Acesse mais informações.
Pelos pacientes 2
Outro exemplo de solução inovadora para ajudar pacientes de Covid-19 aconteceu em Gana. Uma startup especializada em entrega de suprimentos médicos está utilizando drones para fazer com que a vacina chegue em áreas de difícil acesso. Até agora, já foram distribuídas 11 mil doses e a empresa quer aumentar esse número para 2 milhões nos próximos 12 meses. Os drones têm capacidade de voar até 160 km em um trajeto de ida e volta, e já fizeram mais de 400 mil entregas nos últimos 5 anos. Mais informações.
Oxigênio na cidade mais indígena do Brasil
Buscando se precaver contra a falta do insumo, a cidade de São Gabriel da Cachoeira (AM) acaba de inaugurar uma usina de oxigênio. A fábrica tem capacidade para encher 12 cilindros de 50 litros em 24 horas. Os equipamentos foram doados à Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro pela ONG Greenpeace. A cidade tem a maior população indígena no país e o prefeito, Clóvis Saldanha, é do povo tariano. Mais informações.
Para prevenir a próxima pandemia
Existem 1,7 milhões de vírus em animais e os cientistas estimam que metade deles podem, eventualmente, sofrerem mutações que os tornem capazes de infectar humanos. Para ajudar a identificar quais, dentre tantos, podem causar uma nova pandemia, a Universidade da Califórnia criou uma plataforma global de colaboração entre pesquisadores. Nela, os cientistas podem catalogar diferentes vírus e o potencial de spillover (desenvolver a capacidade de contaminar humanos). Como os dados, o sistema avalia 32 critérios e determina com quais vírus devemos nos preocupar mais ou menos. Mais informações.
Tendência e Novos Modelos de Negócios
O PIX é um sucesso
O Brasil está em oitavo lugar no ranking mundial de transações instantâneas. Estamos na frente dos Estados Unidos, que ficou em nono. O motivo para nossa subida na lista foi o lançamento do PIX, lançado no fim do ano passado. Em 2020, movimentamos R$ 1,8 bilhões, um aumento de 58% em relação a 2019. O primeiro colocado é a Índia, que somou R$ 25,5 bilhões em pagamentos em tempo real. A pesquisa analisou transações de 48 países. Mais detalhes.
Estímulo ao empreendedorismo
Aqui no Recife, o Porto Digital fechou um acordo de cooperação com a consultoria PwC Brasil que vai beneficiar o ecossistema local de startups. O foco será nos programas de incentivo ao empreendedorismo e de incubação que já estão em andamento. A vantagem é que, empresas que passarem pelas ações do Porto Digital contaram também com treinamentos e assessoria da PwC. Outra iniciativa da parceria será a produção de conteúdos. Estão nos planos palestras, apresentações, material técnico, e a realização de eventos conjuntos. Mais informações.
Voando em Marte
Para terminar, você viu o vídeo do helicóptero da Nasa voando em Marte? As imagens podem até dar a impressão de que não foi nada demais. Apenas uma maquininha pequena subindo alguns metros no ar e depois pousando. Mesmo não sendo muito dramática, a experiência foi um grande feito científico. Essa é a primeira vez que um equipamento construído por humanos sobrevoa um terreno extraterrestre. Outra conquista no planeta vermelho esta semana foi o processamento do dióxido de carbono da atmosfera para produção de oxigênio. Um equipamento no robô da Nasa Perseverance conseguiu fabricar 5 gramas do gás. A BBC explicou que isso é o equivalente ao que um astronauta em Marte precisaria respirar por aproximadamente 10 minutos. Mais informações.
Um excelente final de semana e até a próxima!
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